COSTA DO SOL DENUNCIA “ADULTERAÇÃO DA VERDADE DESPORTIVA” NO MOÇAMBOLA

O Costa do Sol chamou a imprensa, esta terça-feira(25), para criticar publicamente a postura dos árbitros dos Moçambola. Leia na íntegra o comunicado de imprensa dos canarinhos:

“Minhas Senhoras, Meus Senhores!

O Clube de Desportos da Costa do Sol convocou a Imprensa para este evento, porque pretende fazer uma comunicação à sociedade moçambicana em torno da arbitragem do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, o Moçambola-2023.

O Costa do Sol declara-se severamente prejudicado pelas actuações das equipas de arbitragens que foram escaladas para os jogos que realizou diante do Ferroviário de Quelimane e Associação Black Bulls, referentes à primeira e segunda jornadas, respectivamente.

O Costa do Sol considera que com uma arbitragem isenta, que não tivesse tomado partido de uma das equipas que disputavam o resultado, com decisões que contrariam as próprias normas do jogo de futebol, os resultados que registou, que foram derrotas por 1-0 em ambos os jogos, seguramente não teriam se verificado.

Por isso, ao convocarmos os senhores para este evento queremos, por vossa via, partilhar as seguintes situações que atestam para a influência da arbitragem nos resultados que a nossa equipa registou nas duas primeiras jornadas:

1.SOBRE O JOGO COM O FERROVIÁRIO DE QUELIMANE
a) O jogo foi decidido por uma grande penalidade a favor do nosso adversário num lance em que o árbitro principal, o senhor Fernando Junior e o seu assistente tiveram numa primeira instância, decisões contraditórias. O árbitro assistente, o senhor Momed Tembe que fazia o acompanhamento dos ataques do Ferroviário de Quelimane, não vislumbrou nenhuma infracção no lance. Mas, no mesmo lance, depois de uma hesitação, o árbitro principal, sem grande convicção, assinalou para a marca de grande penalidade;

b) No lance em si, em nenhum momento a bola bateu na mão ou braço de um jogador nosso. Isto é, nesta jogada, não houve um facto punível como grande penalidade que castigasse a nossa equipa;

c) A nossa equipa marcou um golo que, sem justificação, foi anulado pela equipa de arbitragem. No lance do golo que marcamos, não vislumbramos uma infracção que justificasse a anulação do nosso golo, quer tenha sido um fora-de-jogo ou uma falta ofensiva;

d) Relativamente ao lance do nosso golo que foi anulado, lamentamos a forma parcial com que parte dos órgãos de Comunicação Social, quer públicos assim como privados, não fizeram menção a este facto;

e)Julgamos que um golo marcado, quer anulado ou validado, pela significância que tem no jogo, deve merecer destaque nas crónicas de jogo de qualquer reportagem jornalística.

Lamentavelmente, no caso do jogo com o Ferroviário de Quelimane, as reportagens da Imprensa não fazem referência ao golo anulado ao Costa do Sol. Esta sonegação de informação visa, a nosso ver, ocultar os factos ocorridos em campo, que são graves para a verdade desportiva e com enorme prejuízo para o Costa do Sol.

2. SOBRE O JOGO COM A BLACK BULLS
a)Aos 26 minutos, quando o jogo ainda estava empatado a zero, o defesa da ABB, Chamboco, agrediu ostensivamente o nosso jogador Mbulu. A agressão foi tão notória que o expectável era que, numa primeira instância, o árbitro principal, senhor Filimao Correia sancionasse disciplinarmente o Chamboco com um cartão amarelo antes de ulteriores considerações. Mas o que aconteceu foi, primeiro uma admoestação verbal e, só depois de estar perto do nosso jogador, já estatelado em campo e verificar a gravidade da lesão, o árbitro decidiu por sancionar com o cartão amarelo o jogador adversário;

No lance atrás relatado, julgamos que ficou por expulsar o jogador da ABB com um cartão vermelho;

b) Ainda na primeira parte, o árbitro não assinalou um pontapé de canto a favor da nossa equipa numa jogada em que o remate de Isac teve duas defesas, primeiro de um defesa e depois do próprio guarda-redes da ABB;

c) Na segunda parte, o Isac sofreu duas faltas em simultâneo do defesa Nenê, já dentro da grande área mas, escandalosamente, o árbitro não assinalou para a marca de grande penalidade.

d) Muitas vezes e depois de assinaladas algumas faltas, os jogadores da ABB iniciavam jogadas antes da autorização do árbitro e num momento em que o arbitro encontrava a apurar a gravidade das lesões e nessas situações ao invés de o arbitro mandar parar o jogo, limitava-se a abandonar o processo em que estava envolvida e seguir a jogada. Este comportamento não é normal num jogo de futebol;

e) O guarda redes da ABB demorava tempo exagerado para a reposição da bola e o arbitro, mais uma vez, ficou a assistir estas situações;

3. Perante os factos atrás relatados:
a) O Clube de Desportos da Costa do Sol protesta com veemência a actuação tendenciosa das equipas de arbitragens, que tendem a falsear a verdade desportiva e prejudicar a sua equipa;

b) O Clube de Desportos da Costa do Sol lamenta que quem tenha a missão de fazer respeitar as leis de jogo e promover a vitória pelo mérito, seja quem promova a adulteração da verdade desportiva, gerando falsos vencedores, com impacto negativo na performance dos nossos atletas e futebol quando expostos ao contexto internacional;

c) O Clube de Desportos da Costa do Sol solicita as entidades que superintendem o futebol nacional, nomeadamente a Federação Moçambicana de Futebol, a Liga Moçambicana de Futebol, bem como a CNAF e, ainda, o Governo, através da Secretaria de Estado de Desporto, para que considerem de grave actos que atentam para a verdade desportiva e sancionem quem os pratique, sob pena de as actuações tendenciosas da arbitragem e as reacções negativas dos seus agentes, Imprensa e dos adeptos, prejudicam gravemente a credibilização da Indústria do futebol, com impacto na cadeia de valores e economia nacional;

d) O Clube de Desportos da Costa do Sol, enquanto entidade herdeira e promotora de valores nobres nas suas acções, exige das demais entidades desportivas, públicas e privadas, que receba destas, tratamento recíproco;

e) O Clube de Desportos da Costa do Sol, enquanto clube desportivo, respeita e felicita as vitórias dos seus adversários, mesmo quando tanto custa, mas jamais deixará de denunciar a adulteração da verdade desportiva pela arbitragem, tanto quanto foram nos dois jogos de que temos feito referência;

Maputo, 25 de Abril de 2023

NÓS VIVEMOS O DESPORTO!

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